E não é verdade, para todos que recebem a ordem de fazer discípulos, e a promessa do poder, que, se por alguma falta ou falha, deixarem de receber o dom, estão de fato desclassificados para a obra, e principalmente para qualquer cargo oficial? Não estão, de fato, desabonados para ministrar as ordenanças da Igreja? Ou estão credenciados para ensinar aqueles que deverão fazer o trabalho? Se é verdade que lhes falta poder, seja qual for a explicação da deficiência, é igualmente verdade que não estão aptos para ensinar o povo de Deus: e se é reconhecido que são inaptos porque lhes falta poder, há de ser razoável, certo e bíblico assim considerá-los, falar deles e assim tratá-los. Quem tem direito de se queixar? Por certo que eles não têm. Deve a Igreja de Deus tolerar ensinadores e líderes a quem falta esse requisito fundamental, quando essa falta é forçosamente culpa deles?
É verdadeiramente de estarrecer a manifesta apatia, indolência. ignorância e incredulidade que existem nesse assunto. São indesculpáveis e altamente criminosas. Com a ordem de alcançar o mundo ressoando em nossos ouvidos; com a recomendação de esperar em oração constante e fervorosa até receber o poder: com a promessa, feita pelo Salvador. e a nós estendida, oferecendo toda a ajuda de que precisamos, que desculpa podemos dar por estarmos incapacitados para essa grande obra? Que tremenda responsabilidade pesa sobre nós, sobre toda a Igreja, sobre cada crente! Poderíamos perguntar: como é possível, em tais circunstâncias, a apatia, a indolência e a comum e fatal negligência? Se algum dos primitivos cristãos a quem foi dada essa ordem deixasse de receber o poder, não o teríamos por grandemente culpado? Pois se neles a falha seria pecado, quanto mais em nós, com toda a luz da história e dos fatos nos cercando, luz que eles não possuíam. Alguns pastores e muitos crentes tratam este assunto como se devesse ficar ao cuidado da soberania de Deus, sem nenhum esforço persistente para se obter o revestimento. Era assim que os primeiros cristãos entendiam e tratavam do assunto? Em absoluto. Não descansaram enquanto o batismo de poder não veio sobre eles.
Certa vez ouvi um pastor pregando sobre o batismo do Espírito Santo. Ele tratou-o como realidade, e, quando chegou à questão de como obtê-lo, disse com acerto que era da mesma forma que os apóstolos o receberam no Pentecoste. Fiquei satisfeito e todo ouvidos para escutá-lo esclarecer aos ouvintes a obrigação de não descansarem enquanto o não obtivessem. Nisso, porém, fiquei decepcionado, pois, antes de encerrar o sermão, ele procurou tirar do auditório o senso de obrigação de obter o batismo, deixando a impressão de que o caso ficava ao critério de Deus, e ainda dando a entender que não estavam certos aqueles que insistiam veemente e persistentemente com Deus no cumprimento da promessa. Também não lhes ofereceu a certeza de obterem a benção, se cumprissem as condições. De modo geral o sermão foi bom: mas achei que a congregação saiu sem nenhum estímulo ou senso de obrigação para buscar ardentemente o batismo. Aliás, é comum essa falha nos sermões que ouço: são muito instrutivos, mas não deixam na congregação o senso de obrigação ou o sentimento de grande estímulo quanto ao uso dos meios. São deficientes na conclusão: não deixam a consciência sob pressão, nem a mente sob o estímulo da esperança. A doutrina muitas vezes é boa, porém falta o "e daí?" Parece que muitos pastores e crentes professos ficam tecendo teorias, criticando e procurando justificar sua própria negligência. Assim não fizeram os apóstolos e demais cristãos. Não era uma questão que procuravam alcançar pelo intelecto antes de abraçá-la com o coração. Era para eles, como devia ser para nós, uma questão de fé em uma promessa. Encontro muitas pessoas procurando aprender pelo intelecto e resolver teoricamente questões de pura experiência. Apoquentam-se com
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