A GLÓRIA DA VERGONHA
1 Coríntios 1:26-31 Aqui Paulo se gloria no fato de que, em sua maior parte, a Igreja estava composta pelas pessoas mais simples e humildes. Não devemos pensar que a igreja primitiva estava composta por escravos em sua totalidade. Até na época do Novo Testamento vemos que muitas pessoas das altas classes sociais se estavam convertendo ao cristianismo. Encontramos a Dionísio em Atenas (Atos 17:34); Sérgio Paulo, o procônsul de Creta (Atos 13:6-12); as mulheres nobres de Tessalônica e Beréia (Atos 17:4,12); Erasto, o tesoureiro, provavelmente da cidade de Corinto (Romanos 16:23). Nos tempos de Nero, Pomponia Gracina, a mulher do Plautio, conquistador de Bretanha, sofreu o martírio por ser cristã. Na época do Domiciano, na segunda metade do primeiro século, foi martirizado como cristão Flávio Clemens, primo do mesmo imperador. Pelo fim do século II Plínio, o governador de Bitínia, escreveu ao imperador Trajano dizendo que os cristãos provinham de todas as classes sociais. Mas é certo que a grande massa de cristãos estava composta por gente simples e humilde. Ao redor do ano 178 d. C. Celso escreveu um dos ataques mais agudos contra o cristianismo. Ridicularizou precisamente essa atração que o cristianismo exercia sobre o povo comum. Assinalou que o ponto de vista cristão era o seguinte: "Não deixem que se aproxime nenhuma pessoa culta, nem sábia, nem sensata, porque cremos que tudo isso é pecado, mas deixem que se aproximem livremente os ignorantes, os desprovidos de sentido e de cultura, e os parvos." A respeito dos cristãos escreveu: ''Vemo-los em suas próprias casas, tecedores, sapateiros e lavadeiros, pessoas sem educação e vulgares." Disse que os cristãos 1 Coríntios (William Barclay) 30 eram: "como uma nuvem de morcegos — ou de formigas saindo de seus esconderijos — ou de rãs participando de um simpósio ao redor de seu pântano — ou de lombrigas em um conciliábulo em uma esquina barrosa." Esta era precisamente a glória do cristianismo. No império havia sessenta milhões de escravos. Para a lei um escravo era uma "ferramenta viva", uma coisa e não uma pessoa. Um amo podia desfazer-se de um escravo velho tal como podia fazê-lo com uma pá ou uma enxada velha. Podia entreter-se torturando a seus escravos, podia chegar a matá-los. Para os escravos não existia o casamento, até seus filhos pertenciam ao amo, como os cordeiros das ovelhas pertenciam ao pastor e não à ovelha. A glória do cristianismo foi converter estas pessoas que eram coisas em homens e mulheres verdadeiros, e ainda mais, em filhos e filhas de Deus, àqueles que não eram respeitados outorgou o respeito próprio; aos que não tinham vida, vida eterna; disse aos homens que se não eram importantes para os homens, eram-no para Deus. Disse aos homens que aos olhos do mundo não tinham valor, que aos olhos de Deus, valiam a morte de seu único Filho. O cristianismo foi, e ainda é, literalmente o que mais eleva em todo o universo. A citação com que Paulo termina esta passagem pertence a Jeremias 9:23,24. Como o assinala Bultmann, o pecado básico é crer-se com direitos, ou o desejo de reconhecimento. Só quando nos damos conta de que não podemos fazer nada e que Deus pode fazer e fará tudo, começa a verdadeira religião. O fato surpreendente e verdadeiro da vida é que a pessoa que se dá conta de sua própria fraqueza, de seu falta de sabedoria, de sua própria incapacidade e falta de poder, é a que no final é forte e sábia. É um fato corroborado pela experiência que o homem que crê que pode valer-se na vida por si só, terminará naufragando. Devemos notar que Paulo insiste em que Cristo significa para nós quatro grandes coisas. (1) É sabedoria. Só seguindo a Cristo caminhamos corretamente e só ouvindo-o, ouvimos a verdade. É o perito na vida.
1 Coríntios 1:26-31 Aqui Paulo se gloria no fato de que, em sua maior parte, a Igreja estava composta pelas pessoas mais simples e humildes. Não devemos pensar que a igreja primitiva estava composta por escravos em sua totalidade. Até na época do Novo Testamento vemos que muitas pessoas das altas classes sociais se estavam convertendo ao cristianismo. Encontramos a Dionísio em Atenas (Atos 17:34); Sérgio Paulo, o procônsul de Creta (Atos 13:6-12); as mulheres nobres de Tessalônica e Beréia (Atos 17:4,12); Erasto, o tesoureiro, provavelmente da cidade de Corinto (Romanos 16:23). Nos tempos de Nero, Pomponia Gracina, a mulher do Plautio, conquistador de Bretanha, sofreu o martírio por ser cristã. Na época do Domiciano, na segunda metade do primeiro século, foi martirizado como cristão Flávio Clemens, primo do mesmo imperador. Pelo fim do século II Plínio, o governador de Bitínia, escreveu ao imperador Trajano dizendo que os cristãos provinham de todas as classes sociais. Mas é certo que a grande massa de cristãos estava composta por gente simples e humilde. Ao redor do ano 178 d. C. Celso escreveu um dos ataques mais agudos contra o cristianismo. Ridicularizou precisamente essa atração que o cristianismo exercia sobre o povo comum. Assinalou que o ponto de vista cristão era o seguinte: "Não deixem que se aproxime nenhuma pessoa culta, nem sábia, nem sensata, porque cremos que tudo isso é pecado, mas deixem que se aproximem livremente os ignorantes, os desprovidos de sentido e de cultura, e os parvos." A respeito dos cristãos escreveu: ''Vemo-los em suas próprias casas, tecedores, sapateiros e lavadeiros, pessoas sem educação e vulgares." Disse que os cristãos 1 Coríntios (William Barclay) 30 eram: "como uma nuvem de morcegos — ou de formigas saindo de seus esconderijos — ou de rãs participando de um simpósio ao redor de seu pântano — ou de lombrigas em um conciliábulo em uma esquina barrosa." Esta era precisamente a glória do cristianismo. No império havia sessenta milhões de escravos. Para a lei um escravo era uma "ferramenta viva", uma coisa e não uma pessoa. Um amo podia desfazer-se de um escravo velho tal como podia fazê-lo com uma pá ou uma enxada velha. Podia entreter-se torturando a seus escravos, podia chegar a matá-los. Para os escravos não existia o casamento, até seus filhos pertenciam ao amo, como os cordeiros das ovelhas pertenciam ao pastor e não à ovelha. A glória do cristianismo foi converter estas pessoas que eram coisas em homens e mulheres verdadeiros, e ainda mais, em filhos e filhas de Deus, àqueles que não eram respeitados outorgou o respeito próprio; aos que não tinham vida, vida eterna; disse aos homens que se não eram importantes para os homens, eram-no para Deus. Disse aos homens que aos olhos do mundo não tinham valor, que aos olhos de Deus, valiam a morte de seu único Filho. O cristianismo foi, e ainda é, literalmente o que mais eleva em todo o universo. A citação com que Paulo termina esta passagem pertence a Jeremias 9:23,24. Como o assinala Bultmann, o pecado básico é crer-se com direitos, ou o desejo de reconhecimento. Só quando nos damos conta de que não podemos fazer nada e que Deus pode fazer e fará tudo, começa a verdadeira religião. O fato surpreendente e verdadeiro da vida é que a pessoa que se dá conta de sua própria fraqueza, de seu falta de sabedoria, de sua própria incapacidade e falta de poder, é a que no final é forte e sábia. É um fato corroborado pela experiência que o homem que crê que pode valer-se na vida por si só, terminará naufragando. Devemos notar que Paulo insiste em que Cristo significa para nós quatro grandes coisas. (1) É sabedoria. Só seguindo a Cristo caminhamos corretamente e só ouvindo-o, ouvimos a verdade. É o perito na vida.
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