segunda-feira, 9 de abril de 2018

Livro no Blog: (UVCE) Capítulo 2 O que vem a Ser?

conforme o registro bíblico, não podia ter causado a impressão que causou, se não fosse dito por eles com novo poder, a fim de produzir no povo uma impressão salvadora. Não se tratava do poder da inspiração, pois estavam apenas declarando certos fatos que eram de seu conhecimento. Não foi o poder da erudição e cultura humana, pois disso tinham muito pouco. Não foi o poder da eloqüência humana, pois disso também não parece ter havido muito.

Foi Deus falando neles e por meio deles. Foi o poder vindo do alto, sim, Deus neles, causando uma impressão salvadora naqueles a quem se dirigiam. Esse poder de impressionar os homens para a salvação permanecia com eles e sobre eles. Foi essa, sem dúvida, a promessa principal feita por Cristo e recebida pelos apóstolos e cristãos primitivos. Em maior ou menor medida, permanece na Igreja desde então. Trata-se de um fenômeno misterioso que muitas vezes se manifesta de modo surpreendente. Às vezes uma simples frase, uma palavra, um gesto, ou mesmo um olhar, transmite esse poder de maneira vitoriosa.

Para honra exclusiva de Deus, contarei um pouco da minha própria experiência no assunto. Fui poderosamente convertido na manhã do dia 10 de outubro. À noitinha do mesmo dia, e na manhã do dia seguinte, recebi batismos irresistíveis do Espírito Santo, que me traspassaram, segundo me pareceu, corpo e alma. Imediatamente me achei revestido de tal poder do alto, que umas poucas palavras ditas aqui e ali a indivíduos provocavam a sua conversão imediata.

Parecia que minhas palavras se fixavam como flechas farpadas na alma dos homens. Cortavam como espada; partiam como martelo os corações. Multidões podem confirmar isso. Muitas vezes uma palavra proferida, sem que disso eu me lembrasse, trazia convicção, resultando, em muitos casos, na conversão quase imediata. Algumas vezes me achava vazio desse poder: saía a fazer visitas e verificava que não causava nenhuma impressão salvadora. Exortava e orava, com o mesmo resultado. Separava então um dia para jejum e oração, temendo que o poder me houvesse deixado e indagando ansiosamente pela razão desse estado de vazio. Após ter-me humilhado e clamado por auxílio, o poder voltava sobre mim em todo o seu vigor. Tem sido essa a experiência da minha vida.

Poderia encher um volume com a história da minha própria experiência e

observação com respeito a esse poder do alto. É um fato que se pode perceber e observar, mas é um grande mistério. Tenho dito que, às vezes, um olhar encerra em si o poder de Deus. Muitas vezes o tenho presenciado. O seguinte fato serve de ilustração.

Pregava pela primeira vez em uma vila manufatureira. Na manhã seguinte entrei em uma das fábricas para vê-la funcionar. Ao entrar no departamento de tecelagem, vi um grande número de moças e notei que algumas me olhavam, depois umas às outras, de um modo que indicava espírito frívolo e que me conheciam. Eu, porém, não conhecia nenhuma delas. Ao aproximar-me mais das que me tinham reconhecido, parecia que aumentavam suas manifestações de mente leviana. Sua leviandade impressionou-me; senti-a no íntimo. Parei e olhei-as, não sei de que maneira, pois minha mente estava absorta com o senso da sua culpa e do perigo que representavam.



Ao firmar o olhar nas jovens, observei que uma delas se tornou muita agitada. Um fio partiu-se; ela tentou emendá-lo, porém suas mãos tremiam de tal forma que não pôde fazê-lo. Vi imediatamente que aquela sensação se espalhava, tornando-se geral entre aquele grupo. Olhei-as firmemente, até que uma após outras, entregavam-se e não davam mais atenção aos teares. Caíram de joelhos, e a influência se espalhou por todo o departamento. Eu não tinha proferido uma palavra sequer e, mesmo que o tivesse, o ruído dos teares não teria deixado que a ouvíssemos. Dentro de poucos minutos o

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