mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva"; quer dizer, que dele procederá uma influência cristã, tendo em si o fator do poder para levar a impressão da verdade de Cristo ao coração dos homens.
A grande carência da Igreja atualmente é, primeiro, a convicção profunda de que essa incumbência de ganhar o mundo é dada a cada um dos discípulos de Cristo como a tarefa a realizar na vida. É lamentável termos de dizer que a grande massa dos cristãos professos, segundo parece, nunca se impressionou com essa verdade. O trabalho de salvar almas deixam-no por conta dos ministros.
A segunda grande carência é a convicção profunda da necessidade desse revestimento de poder sobre cada um individualmente. Muitos que professam a fé imaginam que isso é apenas para aqueles que são chamados para a carreira ministerial. Deixam de compreender que todos são chamados a pregar o evangelho; que a vida inteira de cada cristão deve ser uma proclamação das boas-novas.
Falta, em terceiro lugar. uma fé sincera na promessa desse revestimento. Vasto número de crentes professos, e até mesmos pastores, parece duvidar que a promessa seja realmente para toda a Igreja. Se não pertence a todos, eles não sabem a quem pertence. Evidentemente não podem reclamar a promessa pela fé.
Em quarto lugar, falta aquela perseverança em esperar em Deus, que as Escrituras recomendam. Desfalecem antes de obter a vitória, e, por conseguinte. deixam de receber o revestimento. Multidões, ao que parece, satisfazem-se com a esperança da vida eterna. Nunca deixam para trás a questão da própria salvação, entregue a Cristo como assunto liquidado. Não aceitam a grande incumbência de trabalhar para a salvação de outros, porque a sua fé é tão fraca que não abandonam confiantemente nas mãos de Cristo a questão da própria salvação. Até mesmo ministros do evangelho, segundo tenho observado, estão no mesmo caso e coxeando do mesmo modo, incapazes de se entregarem completamente ao trabalho de salvar outros, porque, até certo ponto, estão inseguros quanto à própria salvação.
É simplesmente espantoso a que ponto a Igreja tem praticamente perdido de vista a necessidade desse revestimento de poder. Quase todos afirmam que somos dependentes do Espírito Santo, porém essa dependência é muito pouco apreciada. Crentes e até mesmo pastores põem-se a trabalhar sem ele. Lastimo ser obrigado a dizer que as fileiras do ministério, ao que parece, estão-se enchendo de homens que o não possuem. Oxalá o Senhor tenha misericórdia de nós! Será julgada descaridosa essa última afirmativa? Se for, ouçamos, por exemplo, o relatório da Sociedade de Missões Internas, sobre o assunto. Não se há de negar que alguma cousa está mal.
A média de cinco almas ganhas para Cristo por missionário daquela sociedade em um ano de trabalho, indica inegavelmente uma fraqueza alarmante no ministério. Será que todos, ou mesmo a maioria, desse ministros foram revestidos do poder que Cristo prometeu? Se não o foram, qual a razão? Se o foram, foi só isso que Cristo pretendeu pela sua promessa?
Em artigo anterior afirmei que o recebimento desse poder é um fato instantâneo. Não quero com isso dizer que, em todos os casos, a pessoa que o recebeu ficou ciente da hora exata em que o poder começou a operar poderosamente em seu ser. Pode ter começado como o orvalho e aumentado até tornar-se uma chuva.
Fiz referência ao relatório da Sociedade de Missões Internas, não que eu imagine que os irmãos que trabalham naquela sociedade sejam excepcionalmente fracos em fé e poder como obreiros de Deus. Pelo contrário, baseado no meu conhecimento pessoal de alguns deles, considero-os entre os mais consagrados e abnegados obreiros da causa de Deus.
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