quarta-feira, 2 de maio de 2018

Livro: 1 Corintios n°55 A CONQUISTA DA MORTE

A CONQUISTA DA MORTE 

1 Coríntios 15:50-58 Mais uma vez devemos começar esta passagem lembrando que Paulo está considerando coisas que desafiam a linguagem e frustram a expressão. Devemos ler isto com a mesma mentalidade com que leríamos um grande poeta, em lugar de fazê-lo com a mente que analisa um tratado científico. O argumento segue uma série de passos até que alcança seu ponto culminante. (1) Paulo insiste em que tal como somos não estamos preparados para herdar o Reino de Deus. Podemos estar bem equipados para enfrentar a vida neste mundo, mas não para a vida no mundo vindouro. Qualquer pessoa pode correr para alcançar seu trem da manhã, mas teria que ser muito distinto para poder correr o suficiente para competir nos Jogos Olímpicos. Qualquer pessoa pode escrever bastante bem para 1 Coríntios (William Barclay) 159 entreter seus amigos, mas teria que ser um homem muito distinto para escrever algo que os ombros não estejam dispostos a deixar morrer. Qualquer pessoa pode falar bem no círculo de amigos de seu clube, mas teria que ser muito distinto para apresentar-se perante um círculo de verdadeiros eruditos e peritos. O homem precisa mudar sempre para entrar num grau de vida mais alto. Paulo insiste em que em primeiro lugar antes de poder entrar no Reino de Deus devemos mudar. (2) Além disso, Paulo insiste em que essa mudança radical ocorrerá durante seu próprio tempo. Nisto se equivocava. Mas via que essa mudança chegaria com o retorno de Jesus Cristo. (3) Logo Paulo continua declarando triunfalmente que ninguém precisa temer a mudança. O temor à morte sempre acossou os homens. O Dr. Johnson, um dos homens mais grandiosos e melhores que jamais tenha vivido, estava acossado por este medo. Uma vez Boswell lhe disse que tinha havido momentos nos quais não tinha temido à morte. Johnson respondeu que: "ele nunca tinha um instante em que a morte não fosse terrível". Uma vez a senhora Knowles lhe disse que não teria que temer ao que era a porta da vida. Johnson respondeu: "Nenhum homem racional pode morrer sem sentir uma apreensão angustiosa." Dizia que o medo da morte era tão natural para o homem que toda a vida era um longo esforço para não pensar nela. No que reside esse medo da morte? Em parte se deve ao medo pelo desconhecido. Provém ainda mais da consciência de ter pecado. Se o homem sentisse que pode encontrar-se com Deus facilmente, então morrer seria, como disse Peter Pan, uma grande aventura. Mas de onde provém essa consciência de pecado? Reside na sensação de estar sob a lei. Enquanto o homem veja em Deus só a lei de justiça, se encontrará para sempre na posição de um criminoso perante o estrado de Deus, sem esperanças de absolvição e com a segurança da condenação. Mas Jesus veio exatamente para abolir isto. Veio para nos dizer que Deus não é lei, mas sim amor; que o centro do ser de Deus não é a legalidade, mas sim a graça; que nos dirigimos não a um juiz, mas sim a um Pai que 1 Coríntios (William Barclay) 160 espera que seus filhos cheguem ao lar. E justamente devido a isso Jesus Cristo nos deu a vitória sobre a morte, e o temor a ela desaparece na maravilha do amor de Deus. (4) Finalmente, ao terminar este capítulo, Paulo faz o de sempre. De repente a teologia se converte num desafio; as especulações se tornam intensamente práticas; o vôo da mente se converte repentinamente numa demanda de ação. Assim, pois, Paulo termina dizendo: "Tendo toda essa glória que contemplar, mantenham-se firmes na fé e o serviço de Deus, porque se o fazem, todo seu esforço e sua luta não serão em vão." A vida cristã pode ser difícil, mas a meta vale imensamente a luta do caminho.

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