quarta-feira, 2 de maio de 2018

Livro: 1 Corintios n°27 O TEMPO É CURTO

O TEMPO É CURTO 

1 Coríntios 7:26-35 É uma lástima que Paulo não começasse este capítulo com esta seção devido ao fato de que transmite a medula e a essência de sua posição. Através de todo o capítulo deve nos ter parecido que Paulo estava menosprezando o casamento. Várias vezes dava a idéia de que o permitia só como uma concessão, e como se o concedesse para evitar o adultério e a fornicação, como se fosse um mal menor. Vimos que os judeus exaltavam o casamento e o consideravam um dever sagrado. Segundo a tradição judaica só havia uma razão válida para não casar-se. O Rabino Ben Azai perguntou: "Por que tenho que me casar? Estou apaixonado pela lei; que outros se ocupem da continuidade da raça humana." No mundo grego, Epicteto, o filósofo estóico, nunca se casou. Dizia que fazia muito mais pelo mundo sendo um professor que se tivesse produzido dois ou três "mucosos de nariz torcido". "Como pode uma pessoa cuja função é ensinar a humanidade", perguntava, "correr para buscar em que esquentar a água para banhar o bebê?" Mas esse não era o ponto de vista judeu e por certo tampouco era o cristão. Paulo tampouco o compartilhava. Anos mais tarde quando escreveu sua Carta aos Efésios tinha mudado, pois então utiliza a relação entre o homem e a mulher como tipo e símbolo e sinal da relação entre Cristo e a Igreja (Efésios 5:22-26). Quando escreveu aos coríntios todo o pensamento de Paulo estava dominado pelo fato de que esperava a Segunda Vinda de Cristo imediatamente e em qualquer momento. Está estabelecendo uma legislação de crise. "O tempo é curto." Cria que Cristo voltaria tão logo, que se devia deixar tudo de lado em um 1 Coríntios (William Barclay) 74 tremendo esforço por concentrar-se na preparação para sua chegada. d Devia-se deixar de lado a atividade humana mais importante e a relação mais apreciada, se ameaçavam interromper ou debilitar essa concentração. O homem não deve ter ataduras que o retenham quando Cristo lhe pede que se levante e ande. Só deve pensar em agradar a Cristo. Paulo nunca teria escrito isto se tivesse pensado que tanto ele como os conversos estavam vivendo em uma situação permanente. Quando escreveu aos efésios já tinha consciência de que a situação humana era permanente e considerou o casamento como a relação mais preciosa dentro dela, a única relação que podia comparar-se levemente com a relação entre Cristo e sua Igreja. Nós devemos pensar que o lar é o lugar que nos outorga duas coisas. Ali encontramos a oportunidade mais nobre para viver como cristãos; e a tristeza é que muitas vezes se converte no lugar em que pretendemos ter o direito de ser tão briguentos, críticos e grosseiros como queremos, e onde pretendemos tratar àqueles que amamos de uma maneira que nunca usaríamos com estranhos. Também é o lugar de cujo descanso e doçura extraímos a força para viver na forma mais aproximada possível de como deveríamos viver. Paulo neste capítulo considera o casamento como um mal menor devido ao fato de que cria que a vida tal como a conhecemos tinha poucos dias de prazo, mas chegou o dia em que o considerou a relação mais bela que existe sobre a Terra. 

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