quarta-feira, 2 de maio de 2018

Livro: 1 Corintios n°42 O HINO DO AMOR

1 Coríntios 13 O hino ao amor - 13:1-3 A natureza do amor cristão - 13:4-7 A supremacia do amor - 13:8-13 O HINO AO AMOR 1 Coríntios 13:1-3 Para muitos este é o capítulo mais maravilhoso de todo o Novo Testamento e faremos muito bem em dedicar mais de um dia a estudar estas palavras cujo significado completo não poderia descobrir-se em toda uma vida. 1 Coríntios (William Barclay) 118 Paulo começa declarando que um homem pode possuir muitos dons espirituais, mas que se eles não estão acompanhados pelo amor não são válidos. (1) Pode ser dono do dom de línguas. Uma característica do culto pagão, em especial do culto a Dionísio e Cibele, era o choque e o retinir dos címbalos e o som bronco das trombetas. Até o desejado dom de línguas não era melhor que a gritaria do culto pagão se o amor estava ausente. (2) Pode possuir o dom de profecia. Já vimos que corresponde mais proximamente à pregação. Há dois tipos de pregadores. Existe o pregador cujo fim é o de salvar as almas de seu povo, e que os busca e sussurra por eles com os acentos do amor. De ninguém este fato era tão certo como do próprio Paulo. Por outro lado há o pregador que suspende os que o ouvem sobre as chamas do inferno e dá sempre a impressão de que se regozijaria tanto com sua condenação como com sua salvação. Conta-se que uma vez Sir George Adam Smith perguntou a um membro da igreja grega, que tinha sofrido muito à mãos dos islamitas, por que Deus tinha criado tantos maometanos, e recebeu esta resposta "Para encher o inferno.'' A pregação, que não é mais que ameaças, sem amor, poderá aterrorizar, mas não salvar. (3) Pode ter o dom do conhecimento intelectual. O perigo permanente da eminência intelectual é o esnobismo intelectual. O homem instruído corre o perigo de desenvolver um espírito de desprezo. Só um tipo de conhecimento cujo frio desapego tenha sido aceso pelo fogo do amor pode realmente salvar aos homens. (4) Pode ter uma fé apaixonada. Há momentos nos quais a fé pode ser muito cruel. Havia um homem que consultou seu médico e se inteirou de que seu coração estava cansado e que devia descansar. Telefonou a seu empregador, que era uma notável figura cristã, e lhe deu a novidade, só para receber esta resposta: "Eu tenho uma força interna que me permite continuar." Estas são as palavras da fé, mas de uma fé que não conhece o amor, e, portanto machucam e danificam. 1 Coríntios (William Barclay) 119 (5) Pode ser que pratique o que os homens chamam caridade, pode ser que distribua seus bens entre os pobres. Não há nada no mundo mais humilhante que a chamada caridade sem amor. Dar como por uma feia obrigação, com certo desdém, nos colocar sobre nossa pequena eminência e arrojar migalhas de caridade como se fosse a um cão, dar ou acompanhar esta ação com um polido sermão moral ou uma recriminação entristecedora, não é caridade absolutamente, é orgulho, e o orgulho é sempre cruel devido ao fato de que não conhece o amor. (6) Pode dar seu corpo para ser queimado. Pode ser que os pensamentos de Paulo se remontem a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e o forno de fogo ardendo (Daniel 3). Talvez seja mais provável que estivesse pensando num famoso monumento ateniense chamado "a Tumba do Índio. Ali um índio se queimou em público em uma pira funerária e tinha feito com que se gravasse no monumento esta jactanciosa inscrição: "Zarmano-Chegas, um índio da Bargosa, de acordo com o tradicional costume dos índios, fez-se imortal, e descansa aqui." É bem possível que Paulo estivesse pensando em cristãos que em realidade incitavam à perseguição. Se o motivo que faz com que alguém dê sua vida por Cristo é o orgulho, o brilho e a própria glória, até seu martírio não tem valor. Não é cínico recordar que muitas obras que aparentam ser sacrifícios foram o produto do orgulho e não da devoção e do amor. É difícil que haja outra passagem nas Escrituras que exija como esta, que o homem bom se examine a si mesmo. 

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