quarta-feira, 2 de maio de 2018

Livro: 1 Corintios n°9

(3) Havia os que diziam pertencer a Cefas. Este é o nome judeu de Pedro. O mais provável é que se tratasse de judeus que tentavam ensinar que o homem devia ainda observar a lei judia. Eram legalistas que exaltavam a lei, e que ao fazê-lo, diminuíam a graça, (4) ainda os que diziam que pertenciam a Cristo. Isto pode ter significado uma de duas coisas: (a) Nos manuscritos gregos não existe pontuação nem espaço entre as palavras. Pode ser que não se esteja descrevendo a nenhum partido. Pode ser que se trate de um comentário do próprio Paulo. Possivelmente teríamos que particularizá-lo da seguinte maneira "Eu sou de Paulo; eu sou de Apolo; eu sou de Cefas — mas eu pertenço a Cristo." Bem pode ser que se trate de um comentário de Paulo a respeito da desgraçada situação. (b) Se não é assim, e se em realidade descreve um partido, deve ter existido uma pequena seita rígida e farisaica cujos membros pretendiam ser os únicos cristãos verdadeiros de Corinto. Sua verdadeira falta não estava em dizer que pertenciam a Cristo, mas em agir corno se este lhes pertencesse. Possivelmente seja a descrição de um pequeno grupo intolerante e santarrão. Não devemos pensar que Paulo esteja diminuindo o batismo. As pessoas que ele tinha batizado eram conversos muito especiais. Estéfanas provavelmente tinha sido o primeiro de todos (1 Coríntios 16:15); Crispo foi nada menos que o principal da sinagoga de Corinto (Atos 18:8). Gaio foi provavelmente o anfitrião de Paulo (Romanos 16:23). O assunto é o seguinte — o batismo era em o nome de Jesus. Esta frase em grego implica a relação mais íntima possível. Dar dinheiro em nome de alguém era pagá-lo em seu conta, em sua possessão pessoal. Vender um escravo em nome de alguém era entregá-lo em sua possessão absoluta e indiscutível. Um soldado jurava lealdade em nome de César, pertencia absolutamente ao Imperador. Esta frase em nome de implica uma possessão absoluta e total. No cristianismo implicava ainda mais, implicava que o cristão não só pertencia a Cristo, mas também de 1 Coríntios (William Barclay) 25 alguma estranha maneira estava identificado com Ele, estava literalmente nEle. O que Paulo quer dizer é. "Estou muito contente de ter estado ocupado com a pregação, porque se tivesse batizado teria dado a alguns de vocês uma desculpa para dizer que tinham sido batizados como minha possessão, e não de Cristo." Não está menosprezando o batismo, simplesmente se alegra de que um ato seu não possa ter sido mal interpretado como uma anexação dos homens a si mesmo e não a Cristo. Paulo afirmava que lhes tinha apresentado a cruz de Cristo na forma mais simples. Adornar a história da cruz com retórica e inteligência teria sido levar os homens a pensarem mais na linguagem que nos fatos, mais no dissertador que na mensagem. O objetivo de Paulo era apresentar aos homens não a si mesmo, mas a Cristo com toda sua solitária grandeza. PEDRA DE TROPEÇO PARA OS JUDEUS E INSENSATEZ PARA OS GENTIOS 1 Coríntios 1:18-25 A história que o cristianismo tinha para contar parecia uma tolice aos gentios cultos e aos judeus piedosos. Paulo começa utilizando livremente duas citações de Isaías (Isaías 29:14; 33:18) para demonstrar como a sabedoria meramente humana está destinada a falhar. Cita o fato indiscutível de que com toda sua sabedoria o mundo jamais encontrou a Deus e ainda, tateando, o estava buscando cegamente. O próprio Deus tinha planejado essa busca para demonstrar aos homens sua própria incapacidade e assim preparar o caminho para a aceitação dAquele que é o único caminho a Deus. De que se tratava, pois, esta mensagem cristã? Se estudarmos os quatro grandes sermões do Livro de Atos (Atos 2 14-39, 3:12-26; 4:8-12; 1036-43), encontramos que na pregação cristã há certos elementos constantes. (1) Destaca-se que chegou o grande momento prometido por Deus. (2) Faz-se um resumo da vida, morte e ressurreição de Jesus. (3) Destaca-se que tudo isto correspondeu aos profetas (4) Assegura-se que 1 Coríntios (William Barclay) 26 Cristo voltará. (5) Convida-se urgentemente os homens ao arrependimento e a receber o dom prometido do Espírito Santo. (1) Para os judeus essa mensagem era uma pedra de tropeço por que? Havia duas razões: (a) Não podiam crer que alguém que tinha morrido sobre uma cruz pudesse ser o Ungido de Deus. Assinalavam a sua própria lei que dizia inequivocamente: “Pois aquele que é pendurado, é maldito de Deus” (Deuteronômio 21:23). Para os judeus o fato da crucificação, em lugar de provar que Jesus era o filho de Deus, negava-o. Pode parecer um fato extraordinário, mas até com Isaías 53 perante seus olhos, os judeus não tinham sonhado nunca com um Messias que sofresse. A cruz para os judeus era e é uma barreira insuperável para crer em Cristo. (b) Os judeus buscavam sinais. Esperavam que junto com a idade de ouro de Deus se produzissem atos maravilhosos. A época em que Paulo estava escrevendo produziu uma série de falsos Messias, e todos eles tinham enganado as pessoas com a promessa de que ocorreriam atos grandiosos. No ano 45 d.C. um homem chamado Teudas tinha persuadido a milhares de pessoas para que abandonassem seus lares e o seguissem até o Jordão, prometendo que a uma ordem sua, o rio se dividiria e poderiam atravessá-lo sobre terra seca. No ano 54 d.C. chegou a Jerusalém um homem do Egito, dizendo-se profeta. Persuadiu a trinta mil pessoas para que o seguissem ao Monte das Oliveiras com a promessa de que à sua ordem cairiam os muros de Jerusalém. Os judeus esperavam esse tipo de coisas. Em Jesus viam um homem manso e humilde, que evitou deliberadamente o espetacular, que esteve entre os homens como servo, e que terminou em uma cruz — e esta era para eles uma imagem impossível do Ungido de Deus. (2) Para os gregos a mensagem era uma tolice. Mais uma vez existem duas razões: (a) Para a mentalidade grega a primeira característica de Deus era a apatheia. Esta palavra significa mais que apatia, significa incapacidade total de sentir. Os gregos sustentavam que Deus não podia sentir. Se Ele

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