quarta-feira, 2 de maio de 2018

Livro: 1 Corintios n°18

todos os troféus ganhos; demonstrava seu triunfo e seu conquista, a procissão se chamava Triunfo. Mas no final chegava um pequeno grupo de cativos que estavam condenados à morte, eram homens que foram capturados e levados à arena do circo para morrer lutando com as feras. ¡Té monturi salutamus! Nós, os que estamos para morrer, te saudamos! Os coríntios com seu orgulho vociferador eram como o general conquistador desdobrando os troféus de sua façanha; os apóstolos eram como o pequeno grupo de cativos, homens condenados à morte. Para os coríntios significava ostentar seu orgulho e seus privilégios, tendo em conta seus lucros; para Paulo significava um humilde serviço, disposto a morrer por Cristo. Na lista de coisas em que Paulo fala a respeito do que um apóstolo deve agüentar, há duas palavras especialmente interessantes. (1) Diz que são esbofeteados (kolaphizesthai). É a palavra que se usava para açoitar a um escravo. Plutarco conta como um homem testemunhava que um escravo pertencia a outrem porque viu este lhe batendo, e essa é a palavra utilizada. Paulo estava disposto a ser tratado como um escravo por Cristo. (2) Paulo diz: “Injuriados, bendizemos”. Provavelmente não nos demos conta de quão surpreendente devia ser esta declaração para um pagão. Aristóteles declara que a virtude maior é a megalopsuchia, ser de grande coração, a virtude do homem com uma alma grande; e define esta virtude como a qualidade de não suportar ser insultado. Para o mundo antigo a humildade cristã era uma virtude totalmente nova. Esta era, em realidade, a classe de conduta que para os homens era totalmente insensata, embora precisamente essa insensatez era a sabedoria de Deus. UM PAI NA FÉ 1 Coríntios 4:14-21 Com esta passagem Paulo, finaliza a seção da carta em que trata diretamente das discórdias e divisões em Corinto. Escreve como um pai. 1 Coríntios (William Barclay) 48 A mesma palavra que usa no versículo 14 para admoestar (nouthethein) é o termo normal para expressar a admoestação e o conselho que um pai dá a seus filhos (Efésios 6:4). Poderá estar falando com um acento de severidade, mas não se trata da severidade que busca submeter um escravo rebelde, mas sim da que tenta trazer de volta ao caminho um filho insensato que se desencaminhou. Paulo sentia que sua posição era única com respeito à igreja de Corinto. O tutor (paidagogos: veja-se Gálatas 3.24) não era o professor que ensinava o menino. Tratava-se de um velho escravo de confiança que levava o menino diariamente à escola, que lhe informava a respeito de assuntos morais e que cuidava seu caráter e buscava fazê-lo homem. Um menino poderá ter muitos tutores, mas tem só um pai; nos dias vindouros os coríntios poderiam ter muitos tutores e professores, mas nenhum poderia fazer o que Paulo tinha feito; nenhum poderia levá-los a viver em Cristo. E logo Paulo diz algo surpreendente. Em realidade diz: "Convoco a meus filhos a que sigam a seu pai." Muito poucas vezes um pai pode falar assim. A maior parte das vezes é muito certo que os pais oram e têm a esperança de que seus filhos cheguem a ser o que eles não puderam ser. A maioria dos que ensinamos não podemos dizer: "Façam o que eu faço", mas sim "Façam o que eu digo." Mas Paulo, sem orgulho, e com uma consciência altruísta, podia chamar seus filhos na fé a que o imitassem. E logo os afaga delicadamente. Diz que enviará a Timóteo para lhes recordar seus caminhos. Com efeito, diz que todos seus enganos e equívocos se devem, não a uma deliberada rebelião, mas ao feito de que esqueceram. Isto é muito certo da natureza humana. Muito freqüentemente não é que nos rebelemos contra Cristo, mas sim nos esquecemos dele. Não é que lhe demos as costas deliberadamente, mas sim esquecemos totalmente que Ele está no esquema das coisas A maioria de nós necessita sobretudo uma coisa — um esforço deliberado para viver nos dando conta conscientemente da presença de Jesus Cristo. Não só no momento do sacramento, mas também cada momento e todos os dias, Cristo nos diz "Lembrai de mim." 

Nenhum comentário:

Postar um comentário