quarta-feira, 2 de maio de 2018

Livro: 1 Corintios n°47 CONSELHOS PRÁTICOS


CONSELHOS PRÁTICOS 


1 Coríntios 14:26-33 Paulo chega no final desta seção com alguns conselhos muito práticos. Está decidido a que todo aquele que possui um dom receba todas as oportunidades possíveis para exercitá-lo, mas está igualmente decide que os cultos da Igreja não se convertam por isso numa sorte de desordenada competição. Só dois ou três devem exercitar o dom de línguas, e só se houver alguém presente que possa interpretá-los. Todos têm o dom de profetizar a verdade, mas mais uma vez, só dois ou três podem exercê-lo, e se alguém da congregação tem a convicção de que 1 Coríntios (William Barclay) 134 recebeu uma mensagem especial, aquele que dirige deve dar-lhe a oportunidade de expressá-lo. Aquele que dirige pode fazê-lo perfeitamente, e não precisa dizer que se vê miserável pela inspiração e não pode deter-se, porque o pregador pode controlar seu próprio espírito. Deve haver liberdade, mas não desordem. O Deus de paz deve ser adorado em paz. Não é exagerado dizer que nenhuma seção desta carta é tão interessante como a presente, devido ao fato de que arroja abundante luz sobre o culto tal como era na Igreja primitiva. Obviamente existia nele uma liberdade e uma informalidade completamente estranhas a nossas idéias. Desta passagem surgem duas grandes questões. (1) Evidentemente, a Igreja primitiva não tinha um ministério profissional. Na verdade, os apóstolos se sobressaíam com uma autoridade muito especial; mas nesta etapa a Igreja não tinha pastores locais profissionais. Estava aberta a todo aquele que tinha um dom para que o utilizasse. Fez bem ou mal a Igreja em instituir um ministério profissional? Em realidade há algo essencial que, em nossa era tão cheia de atividades, quando os homens estão tão preocupados com as coisas materiais, deve-se apartar a um homem para que viva perto de Deus e brinde a seu próximo a verdade, a guia e o fôlego que Deus outorga a ele. Mas por outro lado está o perigo óbvio de que quando um homem se converte em pregador profissional às vezes está obrigado a ter que dizer algo quando em realidade não tem nada que dizer. Seja como for, deve ficar claro que se alguém tiver uma mensagem para dar a seus próximos, nenhuma norma nem regulamento eclesiástico deveria impedi-lo de fazê-lo. É sem dúvida alguma um engano pensar que só o ministro profissional pode transmitir a verdade de Deus aos homens. (2) Obviamente na Igreja primitiva a ordem de culto tinha uma flexibilidade que atualmente nos falta. Evidentemente não havia uma ordem estabelecida. Tudo era o suficientemente informal para deixar que qualquer pessoa que sentisse que tinha uma mensagem para dar poderia fazê-lo. Pode ser que em nossos dias demos muita importância à ordem e 1 Coríntios (William Barclay) 135 à dignidade. Pode ser que nos tenhamos convertido em escravos das ordens de culto. O realmente notável num culto de uma Igreja primitiva deve ter sido que quase todos chegavam sentindo que tinham tanto o privilégio como a obrigação de contribuir com algo nele. Não se chegava a ele com a única intenção de ser um ouvinte passivo. Não se ia só para receber, mas também para dar. Obviamente isto apresentava seus perigos, porque é claro que em Corinto havia alguns que estavam apaixonados pelo som de suas vozes; entretanto, nesses dias a Igreja deve ter sido muito mais uma possessão real do cristão comum. Bem pode ser que a Igreja tenha perdido algo quando delegou tanto no ministério profissional e deixou tão pouco em mãos dos membros comuns; e pode ser que a culpa não resida no fato de que os pastores se anexaram esses direitos, mas em que os leigos os abandonaram; porque é muito certo que existem muitos membros de igreja cuja atitude os leva a pensar muito mais no que a igreja pode fazer por eles do que no que eles podem fazer pela igreja, e que estão sempre preparados para criticar o que se faz, mas nunca dispostos a compartilhar o trabalho na mesma. 

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