Paulo continua com um desafio. Não precisam dizer que como vai
enviar a Timóteo ele não irá vê-los. Irá se o caminho se abre, e então lhes
chegará a prova. Estes coríntios podem falar o bastante, mas não são
suas palavras sonoras as que interessam mas sim suas ações. Jesus nunca
disse "Conhecerão vocês por suas palavras", mas sim "Por seus frutos os
conhecerão." O mundo está cheio de conversa sobre o cristianismo, mas
uma ação vale por mil palavras. Uma coisa é ser membro de uma
comissão e falar, outra coisa é servir a Cristo e agir.
De modo que no final Paulo lhes pergunta se deve ir impor
disciplina ou acompanhá-los em amor. O amor de Paulo por seus filhos
em Cristo vibra em cada carta que escreve; mas não se trata de um amor
cego, fácil ou sentimental; é o amor que sabe que algumas vezes é
necessária a disciplina e que está preparado para exercê-la. Há um amor
que pode arruinar o homem fechando os olhos para suas faltas, e há um
amor que pode corrigir o homem devido ao fato de que o vê com a
clareza dos ouvidos de Cristo. O amor de Paulo era aquele que sabe que
às vezes tem que machucar para corrigir
Paulo já falou sobre o problema das lutas e divisões dentro da igreja
de Corinto e agora continua tratando certas questões práticas, e algumas
situações graves das quais se inteirou.
Esta seção inclui os capítulos 5 e 6.
Em 5:1-8 trata um caso de incesto Em 5:9-13 insiste a aplicar a
disciplina aos impuros.
Em 6:1-8 trata a respeito da tendência dos coríntios a recorrer à lei
um contra o outro. Em 6:9-20 acentua a necessidade de manter-se puros.
1 Coríntios 5
Pecado e complacência - 5:1-8
A Igreja e o mundo - 5:9-13
1 Coríntios (William Barclay) 50
PECADO E COMPLACÊNCIA
1 Coríntios 5:1-8
Nesta passagem Paulo aborda o que para ele era um problema que
se repetia sempre. Em matéria sexual os pagãos não conheciam o
significado da castidade. Encontravam o prazer quando e onde queriam.
Era muito difícil que a Igreja cristã escapasse da infecção. Os cristãos
eram como uma pequena ilha de cristianismo rodeada por todos lados
por muito paganismo, tinham entrado fazia bem pouco tempo ao
cristianismo, era muito difícil despojar-se das práticas que tinham sido
parte da vida de gerações de libertinos; e entretanto, se a Igreja queria
permanecer pura devia despedir-se finalmente de todos os costumes
pagãos. Na Igreja de Corinto surgiu um caso especialmente escandaloso.
Um homem formou uma união ilícita com sua madrasta, coisa que era
repugnante até para os pagãos e que estava explicitamente proibida pela
lei judia (Levítico 18:8). Pela forma em que está expressa a acusação
bem pode ter sido que esta mulher já estivesse divorciada de seu marido.
Deve ter-se tratado de uma pagã, pois Paulo não se refere a ela, devido
ao fato de que estava fora da jurisdição da Igreja.
Escandalizado como estava em face deste pecado, estava-o ainda
mais em face da atitude da igreja de Corinto com respeito ao pecador.
Tinham aceito complacentemente a situação e não tinham feito nada.
Deveriam ter-se sentido comovidos em face dela. A palavra que Paulo
usa para a tristeza que teriam que ter demonstrado (penthein) é a que se
utiliza quando se chora um morto. Uma atitude complacente em face do
pecado sempre é perigosa. Tem-se dito que nossa segurança contra o
pecado reside no fato de que nos escandalizamos com ele.
Carlyle disse que os homens devem ver a beleza infinita da
santidade e a condenação infinita do pecado. Quando deixamos de ter
uma séria visão do pecado estamos em uma posição perigosa. Não se
trata de criticar e condenar. Trata-se de mostrar-se ferido, surpreso e
machucado. O pecado crucificou a Cristo; Ele morreu para libertar os
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