(2) É justiça. Nos escritos de Paulo justiça significa sempre uma
relação correta com Deus. Algo que nunca poderemos obter por nossos
próprios esforços. Provém só de Jesus Cristo quando nos damos conta de
que não surge do que podemos fazer por Deus, mas sim do que Ele tem
feito por nós.
(3) É consagração. Só em presença de Cristo a vida pode ser o que
deve ser. Epicuro costumava dizer a seus discípulos: "Vivam como se
Epicuro sempre os visse." Não existe esse "como" em nossa relação com
Cristo. O cristão caminha com Ele e só nessa companhia o homem pode
manter suas roupas sem mancha do mundo.
(4) É redenção. Diógenes estava acostumado a queixar-se de que os
homens iam ao oculista e ao dentista mas nunca ao homem (referia-se ao
filósofo) que podia curar suas almas. Jesus Cristo pode redimir o homem
de seus pecados passados, de sua fraqueza presente e de seu medo
futuro. É aquele que nos emancipa da escravidão do eu e do pecado.
1 Coríntios 2
A proclamação e o poder - 2:1-5
A sabedoria que provém de Deus - 2:6-9
Coisas espirituais para homens espirituais - 2:10-16
A PROCLAMAÇÃO E O PODER
1 Coríntios 2:1-5
Aqui Paulo recorda sua primeira visita a Corinto, e há três coisas
que se destacam em sua memória.
(1) Falou com simplicidade. Chegou contando a história da cruz
com toda sua tremenda simplicidade. Vale a pena notar de onde procedia
Paulo. Chegou de Atenas. Ali era onde pela única vez em sua vida, que
saibamos, tinha tentado explicar o cristianismo em termos filosóficos.
Ali, na colina de Marte, reuniu-se com os filósofos e tinha tentado falar a
eles em sua própria linguagem e usar seus termos e citar a seus próprios
1 Coríntios (William Barclay) 32
eruditos (Atos 17:22-31); e ali teve um de seus poucos fracassos. Seu
sermão em termos filosóficos teve muito pouco efeito (Atos 17:32-34)
Ao que parece, Paulo se havia dito: "Nunca mais. Daqui em diante
relatarei a história de Jesus em toda sua simplicidade. Nunca mais
tentarei envolvê-lo em categorias humanas. Não conhecerei mais que a
Jesus Cristo e a Ele sobre sua cruz."
É certo que a simples história sem adornos da vida de Cristo contém
um poder tão único que comove os corações dos homens.
O Dr. James Stewart em um de seus livros cita um exemplo disso.
Os missionários cristãos tinham chegado a corte de Clodoveu, o rei dos
francos. Relataram a história da cruz, e enquanto ouvia, a mão do velho
rei se dirigiu ao punho de sua espada: "Se eu e meus francos tivéssemos
estado ali", disse, "nos teríamos lançado sobre o Calvário e o teríamos
resgatado de seus inimigos."
Sempre é certo que a simplicidade tem um poder único. Quando
tratamos com gente comum, sem grandes conhecimentos, é sempre certo
que uma figura vívida e concreta tem um poder que não existe em um
argumento bem elaborado. É certo que, para a maior parte das pessoas, o
caminho ao recôndito do ser do homem está, não em sua mente, mas em
seu coração
(2) Veio falando com temor. Mas entendamos bem. Não temia por
sua própria segurança, tampouco estava envergonhado do evangelho que
pregava. Era o que se chamou "a tremente ansiedade de realizar o dever".
Paulo utiliza aqui, com referência a si mesmo, a frase que se refere à
maneira em que os escravos conscientes que teriam que servir e obedecer
a seus amos (Efésios 6:5). Aquele que a realiza bem não é o homem que
enfrenta sem tremer uma grande tarefa. O ator realmente grande se sente
nervoso em face da atuação, o pregador que é realmente efetivo é aquele
cujo coração pulsa mais ligeiro enquanto espera o momento de pregar. O
homem que não tem medo, que não duvida, que não fica nervoso nem
tenso diante de qualquer tarefa, pode agir de maneira eficiente e
competente, mas é o homem que tem essa ansiedade tremente, que tem
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